Resenha: Em Águas Profundas
- Cristhian Rocha
- 17 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Sinopse:
Vic e Melinda estão longe de ser um casal feliz ― seu casamento é mantido por um acordo nada convencional: Melinda pode ter quantos amantes quiser contanto que não arraste os dois e a filha para o caos de um divórcio. Tudo parece bem, mas, com o passar do tempo, Vic começa a se incomodar com os homens escolhidos pela esposa e adota uma estratégia inusitada para afugentá-los, assumindo a autoria do assassinato de um deles. Só que a notícia se espalha por toda a cidade do interior dos Estados Unidos e o antes cidadão-modelo, benfeitor, marido mais do que tolerante e empreendedor abnegado vira alvo da maledicência de todos.
Tudo levava a crer que a vida voltaria ao normal quando o verdadeiro assassino é descoberto, mas a revelação da mentira de Vic é o estopim de uma reviravolta nas convicções do próprio e nas relações que mantém com a comunidade, com os amigos e com Melinda e seus vários amantes. O que se cria é uma trama intrincada, repleta de segredos, manipulação psicológica e sangue.
Em águas profundas tem a marca registrada de Patricia Highsmith: explora os abismos mais sombrios da psique humana e lança luz para o fato de que sob a superfície das personalidades mais pacatas e exemplares podem se esconder as mais sórdidas psicopatias.
Título: Em Águas Profundas
Autor: Patricia Highsmith
Série: ---
Páginas: 277
Ano: 23 de Novembro de 2020
Editora: Intrínseca Assunto: Psicológico, Mistério, Thriller e Suspense
Resenha:

Para algumas pessoas esse livro pode gerar gatilhos, então aconselho cautela.
Essa trama se desenrola através de um casal muito excêntrico que é o Vic e a Melinda.
Eles tinham um acordo bem estabelecido desde o inicio do casamento, que a Melinda teria quantos amantes quisesse, desde que não arrastasse o marido e a filha para um divórcio. Essa parte não é spoli porque está na sinopse do livro.
Ao longo de toda a leitura desse livro, eu me deparei com vários sentimentos, muitas vezes de ódio dos personagens. Não conseguir me identificar com nenhum dos personagens, porem a escritora conseguiu atingir o seu objetivo, que é nos fazer refletir.
Eu me vir refletindo muitas vezes ao longo de toda a leitura.
Por exemplo: O Vic a meu ver, as coisas que ele se submete, me fez pensar.
Até que ponto uma pessoa pode chegar por um amor unilateral?
Que tipo de falta de respeito e amor próprio faria uma pessoa se submeter à tamanha humilhação?
Será que todo esse martírio vale mais a pena do que superar e seguir em frente?
Concluir que o amor na medida errada pode ser tão nocivo e letal como qualquer outra droga.
E que nesse caso sendo o amor um sentimento destrutivo, deveria ser tratado como um vício, que pode levar a atos extremados, colocando o doente e o objeto de desejo em perigo de morte.
A escritora Patricia Highsmith utiliza a metáfora em águas profundas, para se referir a sentimentos que escondemos em nosso intimo por medo de sermos julgados ou rejeitados pelo meio que estamos inseridos.
Então eu me pergunto por causa desse medo o que estamos dispostos a esconder, matar e enterrar só para não sermos rejeitados?
Será que a dor da rejeição supera, o que sentimos, queremos e o que realmente iria nos trazer felicidade, a ponto de ocultarmos esse sentimento em águas profundas?
E você caro leitor, o que você ocultaria por medo?
Avaliação: 3 Estrelas

Sobre o autor:
Nascida em Fort Worth, Texas, em 1921, Patricia Highsmith passou grande parte da vida adulta na Suíça e na França. Seu primeiro romance, Pacto sinistro, publicado em 1950, teve grande sucesso comercial e foi filmado por Alfred Hitchcock. Autora de mais de vinte livros, é a criadora do personagem Tom Ripley, o sofisticado sociopata que estreou em O talentoso Ripley, de 1955, que, além de aparecer em outros quatro romances, figura em adaptações para o cinema e a televisão. Ao longo de sua carreira, Highsmith ganhou os prêmios Edgar Allan Poe, O. Henry Memorial, Le Grand Prix de Littérature Policière e o Award of the Crime Writer’s Association da Grã-Bretanha.
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